sexta-feira, 10 de março de 2006

Metamorfose

Quebram-se laços
Marcam-se fronteiras
Regressa-se ao passado, repetidamente
Cada riso e cada lágrima presente
Memórias ... armadilhas traiçoeiras!

Recomecei
Mas não consigo renascer do nada
E as cinzas reacendem, ganham vida
E a cada vivência repetida
O medo e a vontade de mão dada

Transformo a minha imagem no que sou?
Ou transformo-me naquilo que te dei?
O desejo e a paixão que não te dou
Pedaços de saber que rejeitei...

Quero e sei e ardo e asfixio
Medo, sangue, dor, angustia e frio!!

Desconheço a sombra, não há luz

E na cadência das prioridades
Não te desvendas, não és transparente
Perdes-me em verdades e verdades
De uma imensidão resplandecente

E na minha estável cobardia
Que eu nunca soube compreender
Prefiro a certeza à agonia
Se não te tenho...não te vou perder!

1 comentário:

Noktivaguz disse...

A minha homenagem a um dos poemas mais profundos e imensamente belos que já li.
"se nao te tenho,não te vou perder"...frase de uma verdade dicotómicamente inversa...e que define a essência do sentimento que percorre estes versos...