sexta-feira, 10 de março de 2006

Personagem

Tábuas vazias que se enchem de vozes
Violentos passos em direcção a nada
Acendem-se luzes, pancadas atrozes
Como o raiar do sol na alvorada
Deixas esquecidas em papel antigo
Vozes adormecidas de quem já morreu
Abrem as cortinas e és tu comigo
Já não há limite entre o teu e o meu
Vives por momentos o que és em ti
Empresto-te o corpo e o sentimento
Se estás feliz a minha boca ri
Se te queres mexer eu sou movimento
Empresto-te o choro, a mágoa e a dor
São teus o meu corpo e a minha vontade
Dou-te os sentimentos, revolta e amor
E tu...és capaz de me dar verdade?

E aqui estou eu a libertar almas
Vivendo na pele o calor e o frio
E no fim do acto...e no fim das palmas
O regresso à noite, o vazio...

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